Olá !!! Pessoal, essa parte do texto foi escrita por mim durante a minha monografia de especialização ..
1.1 – A história
do Behaviorismo.
O Estruturalismo
Edward Bradford
Titchener (1867-1927), discípulo de Wundt, introduziu suas teorias
da Alemanha para os Estados Unidos, e desenvolveu o estudo
experimental da mente humana, realizado por meio da introspecção ou
auto-observação. Segundo Titchener, a introspecção, definida como
um relato verbal baseada na vivência, só podia ser realizada
cientificamente por observadores bem treinados que tinham de
reaprender a perceber para que pudessem descrever seu estado
consciente (Marx e Hillix, 1973).
Titchener formou um
grupo fechado de seguidores dedicados e um dos seus princípios era
acreditar que uma totalidade psicológica era formada de elementos
que deveriam ser desvendados e compreender como eram compostos. Esses
elementos eram considerados como conteúdos conscientes e mentais, e
assim era aplicado a introspecção sistemática. A tarefa da
psicologia era desvendar a estrutura e o conteúdo da mente humana,
através da introspecção sistemática (Wertheimer,1976).
Apesar de Titchener
ser discípulo de Wundt, ele introduziu algumas inovações. Wundt
nomeava os elementos em sensações, imagens e sentimentos, enquanto
Titchener classificava os elementos em sensações, imagens e
afeições (Wertheimer,1976).
Schultz(2005)
explica que Titchener se concentrava nos elementos ou conteúdos
mentais, assim como na conexão mecânica mediante ao processo da
associação, entretanto descartava a doutrina da apercepção
defendida por Wundt. O seu enfoque estava nos elementos propriamente
ditos e, na sua opinião, a principal tarefa da psicologia consistia
na descoberta da natureza das experiências conscientes elementares e
a determinação da estrutura da consciência mediante a análise das
suas partes componentes.
Diferente de Wundt,
Titchener utilizava a introspecção ou auto-observação com relatos
detalhados, subjetivos e qualitativos dos processos mentais de um
indivíduo. Titchener analisava a experiência consciente dando
importância às partes e o Wundt analisava como um todo. Apesar das
críticas quanto ao modelo adotado por Titchener, alguns aspectos são
empregados em várias áreas da psicologia até no momento atual
(Schultz,2005).
O Funcionalismo
O Funcionalismo
surgiu em duas universidades, uma foi em Chicago com um sistema
autoconsciente e a outra em Columbia com uma atitude mais
inconsciente, e isso se espalhou pela América. O objetivo dessas
universidades era investigar o “por quê” da experiência e do
comportamento, sendo que a síntese da experiência era um exame das
funções adaptativas da mente para o organismo (Wertheimer,1976).
Os funcionalistas de
Chicago eram Dewey, Angell, Carr e Mead, e os funcionalistas de
Columbia eram o Thorndike e o Woodworth. O funcionalismo em Chicago
teve suas origens no estruturalismo da Alemanha e foi estudado por
William James. O funcionalismo serviu como passagem entre o
estruturalismo e o behaviorismo, sendo que o estudo dos processos
adaptativos do organismo, umas das crenças do funcionalismo, foi
pesquisado pelos behavioristas também (Wertheimer,1976).
Essa escola foca no
funcionamento da mente e o seu uso para adaptação ao ambiente. Esse
movimento se inspirou nos trabalhos de Darwin e Galton que estudavam
o modo operandi dos processos conscientes e não a estrutura ou
conteúdo. O funcionalismo começou a analisar o funcionamento da
mente e não a sua função. Havia como pesquisadores de laboratórios
acadêmicos os psicólogos americanos James, Angell e Carr e os
outros estudiosos da área, aplicavam a abordagem em ambientes fora
das universidades (Schultz, 2005).
O Behaviorismo
Metodológico e o Behaviorismo Radical
Behaviorismo
Metodológico
Na Idade Média, a
igreja observava o comportamento do homem como duas naturezas, o
dualismo: uma divina e mental e outra material e física. Essa teoria
influenciou o início do surgimento do behaviorismo, que tinha o
dualismo como base dos seus estudos (Matos, 2013).
O behaviorismo de
Watson e Guthrie surgiu contra o mentalismo e introspeccionismo,
obtendo informações com experimentos. Watson defendia que o
comportamento era aprendido e as causas de um comportamento eram
influenciados pelos seus antecedentes (Matos, 2013).
O behaviorismo
metodológico chamado também como realismo, diz que existe o mundo
real e o sujeito que dá o surgimento das experiências. O foco do
realismo era estudar os sentidos que o homem percebia e emitia,
através de métodos da observação do mundo externo. No
behaviorismo metodológico ou real, os eventos comportamentais são
descritos de uma forma mecânica, próximo a sua fisiologia (Baum,
1999).
Os behavioristas
metodológicos analisavam o comportamento de uma forma objetiva,
coletando dados sensoriais sobre o mundo externo do sujeito em que
todos poderiam compartilhar e concordar. O foco era somente estudar o
comportamento público das pessoas, isto é, o importante era
analisar o que era observado na interação entre pessoas e outros
contextos, assim ignorando a consciência. O homem não tinha contato
direto com o mundo real, logo tinha a percepção dele, então não
há explicação ou lógica de acreditar que o mundo realmente exista
(Baum, 1999).
Behaviorismo Radical
Na década de 1930,
a psicologia era explicada com bases mentalistas, ou com a noção de
reflexos elaborado por Pavlov e apropriada por Watson, ou pela Lei de
Efeito elaborada por Thorndike. Este sistema de causa e efeito era
muito criticado, assim surgindo as descrições funcionais entre
fatos. Baseado na concepção funcional de Mach, Skinner formula sua
teoria por descrições de relações funcionais entre as alterações
ambientais e o comportamento. O comportamento não teria apenas o
estímulo-resposta, influenciado no paradigma reflexo. Seu
comportamento teria a relação e influência com as suas
consequências. No entanto, um organismo ao se comportar pode
modificar o ambiente e alterar o seu comportamento (Ferreira, 2008).
O Behaviorismo
Radical foi criado pelo Skinner na década de 40, e ao nomear sua
teoria ele usou a palavra radical por significar raiz, com a intenção
de ser uma menção exclusiva que englobe e aceite todos os fenômenos
da psicologia (Isidro, 2013).A principal preocupação de Skinner era
por uma explicação verdadeiramente científica a respeito do
comportamento, ele sustentava que o caminho estava no desenvolvimento
de termos e conceitos que permitissem tais explicações. Assim,
Skinner rotulou a sua própria posição de Behaviorismo Radical
(Baum, 1999). O Behaviorismo Metodológico não estudava os eventos
privados e a instrospecção praticada por Wuldt e Titchener, não
era considerada como um saber científico, sendo por isso atacada.
Porém, veio o Behaviorismo Radical com uma teoria diferente não
negando o estudo da auto-observação e do autoconhecimento, assim
renovando o conceito de introspecção (Skinner, 1974).
Como o Behaviorismo
Metodológico não tinha por base a auto-observação e o
autoconhecimento, logo o Behaviorismo Radical restabeleceu um contato
com essas definições, considerando os eventos privados ocorridos
dentro da pele, através da observação e verificando a sua
subjetividade (Skinner, 1974). O behaviorismo radical estuda o
comportamento objetivo e subjetivo, através da utilização de
conceitos e termos. (Baum, 1999). Skinner faz uma investigação
sistemática do comportamento ao interpretar as informações
obtidas, que seriam descrições das relações funcionais entre o
comportamento e ambiente. Essa linha da psicologia não estuda a
existência da mente e foca nos eventos internos, não aceita o
dualismo e nem o mentalismo que é materialista e evolucionista. Ela
estuda as contingências e as relações funcionais, assim, não
acredita que a mente, as emoções e o sistema nervoso teria alguma
relação com o comportamento (Matos, 2013).
No Behaviorismo
Radical, os eventos privados são observados somente pela própria
pessoa e pode ser analisado através da instropecção. Já os
eventos públicos são acessados por várias pessoas. Os eventos
privados e eventos públicos têm uma relação funcional por serem
da mesma natureza, tendo como diferença somente o acesso. Logo, o
mundo privado é desvendado quando há o compartilhamento de
informações e participação em uma comunidade verbal. (Gongora,
2013)
Outra característica
metodológica fundamental de Skinner foi a ênfase sobre o
comportamento operante, em comparação com o comportamento
respondente. Skinner estabeleceu a distinção entre respostas
produzidas em reação direta à estimulação (resposta respondente)
e aquelas que são emitidas pelo organismo na ausência de qualquer
estimulação externa aparente (respostas operantes) (Schultz, 2005).
Skinner também
desenvolveu um trabalho sobre o controle do comportamento de animais,
trabalhou primeiro com ratos e depois com pombos. Nessas pesquisas
desenvolveu o método de modelagem. A modelagem é obtida
proporcionando ao animal uma recompensa (reforço) se a sua resposta
se aproxima da resposta desejada. Mediante o cuidadoso controle das
condições experimentais, Skinner desenvolveu uma descrição
coerente do comportamento. Aumentando a capacidade de previsão e
controle do comportamento de organismos por parte dos psicólogos,
desde o rato ao homem. Skinner, desse modo, exerceu um profundo
impacto sobre o desenvolvimento da psicologia e sobre os mais jovens
psicólogos (Marx e Hillix, 1973).
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