quinta-feira, 2 de julho de 2015

Dicas para alunos com TDAH

Reforço positivo em tudo, além do sistema de fichas e outros técnicas do comportamentalismo, que falaremos mais adiante em outros tópicos!

Dicas para o professor trabalhar com alunos portadores TDAH:
  1. Coloque o aluno perto da mesa do professor;
  2. Promova um sorteio diário elegendo um ajudante do dia;
  3. Trabalhe regras e limites;
  4. Olhe sempre nos olhos da criança ao falar com ela;
  5. Trabalhe a autoestima e segurança dessa criança;
  6. Evite falar por muito tempo, seja objetiva;
  7. Divida as tarefa ou troque por tarefas menores;
  8. Elimine ou reduza testes de tempo;
  9. Procure avaliá-lo diariamente;
  10. Crianças adoram elogios, encorajamento, aprovações. Faça isso;
  11. Procure escrever os tópicos principais;
  12. Utilize um sistema de pontuação eles respondem bem a recompensa e surge como incentivo;
  13. Aplique testes de habilidades;
  14. Tente utilizar relatórios de avaliação;
  15. Incentive a leitura em voz alta, faça elas recontarem a história
  16. Quando fizer a leitura em voz alta, pedir que leia pausadamente. Sugira que ele inspire rapidamente a cada vírgula e que respire normalmente no final de cada frase. Isto fará melhorar seu ritmo de leitura e a sua compreensão. Ajude a ele imaginar sua história.
  17. Utilize dinâmicas lúdicas, eles vão mostrar interesse e vão ficar a mais atentos por mais tempo;
  18. Utilize o método aprender a aprender, faça um roteiro dos assuntos que vai trabalhar na semana e enviei na agenda. Peça ao responsável que estude com ele antes da aula. Sentirá mais seguro.
  19. Ajude e incentive ele ser mais organizado;
  20. Exercício físico deve ser divertido.

A visão Médico-Psiquiátrica do Autismo

Modelo Médico x Modelo Psicológico:
O CID-10 é uma classificação da psiquiatria na medicina tradicional, que vê o transtorno como “doença mental”, descrevendo um conjunto classificado de síndromes e sintomas. Além, do CID-10(Código Internacional de Doenças) existe também o DSM-IV(Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais) na quarta versão, onde ambos são publicações que servem para classificar as doenças e diagnósticos (Gongora, 2003).
O autismo infantil está classificado no CID-10 como F84.0 e é um transtorno que ocorre antes dos 3 anos de idade, tendo prejuízo na área social e na comunicação. A criança pode também ter comportamentos inadequados, restritos, estereotipados e repetitivos, mantendo padrões de hábitos e rotinas. O transtorno acontece com mais frequência nos meninos do que nas meninas (CID-10, 2008).
Segundo o CID 10, além da criança ter comprometimento na interação social, pode ter déficits na área emocional, dificuldade de se expressar e manter intercâmbio de conversação. Há também um prejuízo na criatividade, iniciativa e fantasia, que seria o pensamento mais abstrato. A criança autista gosta de manter rotina no seu dia a dia, impondo rigidez nos hábitos familiares e nos padrões de brincadeiras. Pode ter comportamentos estereotipados focando seu interesse em datas e horários. É comum resistir a mudanças de rotina ou se apegar em algum detalhe do ambiente em que vive. O autismo pode estar associado a outros transtornos, e muitos podem ter retardo mental. Ocorre uma variação de déficits a medida que a criança cresce e muitos dos sintomas podem continuar pela vida inteira (CID-10, 2008).
Já o DSM-IV (2002), o transtorno autista está classificado como 299.00 e como o CID-10 defende as características mais comuns num autista que é o déficit nas habilidades sociais, emocionais e na comunicação, com um repertório de atividades e interesses muito restrito e estereotipado.
Para o DSM-IV (2002), muitas crianças autistas preferem atividades solitárias, podem ignorar a outra criança e muitos não tem capacidade de desenvolver empatia pelo próximo. Além de umas habilidades serem afetadas, a criança autista pode não compreender perguntas, não entender brincadeiras ou expressões abstratas, possuir uma linguagem estereotipada e repetitiva e pode ter o nível intelectual comprometido.
No entanto, surgiu o Modelo Alternativo que criticou o modelo médico adotado pela psiquiatria, e os principais pesquisadores foram Fester, Ullmann e Kransner. Mas, a reformulação ficou conhecida como Modelo Psicológico, e essa teoria acredita que os princípios de aprendizagem e a manutenção de um comportamento inadequado ou anormal é igual ao comportamento normal e adequado. Isso significa que todo comportamento aprendido pode seguir princípios e com isso pode ter uma alteração no comportamento. Sendo que, esses princípios de aprendizagem não possuem características como normal ou anormal, isto é, eles têm os mesmos processos e são neutros (Gongora, 2003).
O Modelo Médico utiliza critérios baseados em influências sociais e culturais para classificar um comportamento como saudável ou patológico. Já o Modelo Psicológico qualifica um comportamento como normal e anormal. No entanto, as regras de uma sociedade podem diversificar de uma sociedade para outra, sendo um comportamento normal para alguns ambientes e anormais para outros. Então, é necessário questionar os comportamentos de uma pessoa, para que o CID-10 e o DSM-IV não classifique essa pessoa com um comportamento disfuncional, através de normas universais (Gongora, 2003).
Um comportamento é considerado patológico quando tem uma influência social e segue as normas socioculturais. Muitas vezes, as normas sociais são diferentes de uma cultura para outra cultura, isto é, o que é normal numa sociedade pode ser anormal em outra sociedade. Diante do exposto, essa discussão questiona as classificações universais do CID-10 e do DSM-IV, para qualquer tipo de cultura ou sociedade.
O Modelo Psicológico é baseado nas teorias de aprendizagem e na análise do comportamento, e deixa de lado a classificação universal de doenças, realizado pelo Modelo Médico. A teoria operante da aprendizagem acredita que o comportamento é interativo quando o homem tem contato com o ambiente para receber estímulos, e o comportamento pode ser também adaptativo e funcional a medida que ele é modelado e mantido pelo ambiente. Portanto, todo comportamento que foi aprendido e mantido durante uma vida pode sofrer alterações, desaparecer ou se adaptar (Gongora, 2003).
Para finalizar, o Modelo Psicológico conceitua o comportamento como “comportamento-problema” e não como “patológico”, segundo o Modelo Médico. Assim, o terapeuta deve tratar o cliente como uma pessoa normal, ajudando a analisar e adaptar seus comportamentos de acordo com as regras do seu ambiente e livrando de comportamentos influenciados pela cultura que tem a origem na “anormalidade” (Gongora, 2003).
A importância de diferenciar os dois modelos para a monografia, foi perceber a diferença das duas metodologias e como se desenvolveram no decorrer dos anos, onde o Modelo Psicológico trabalha de uma forma mais humanizada e foca no desenvolvimento de habilidades e na reabilitação do paciente, já o modelo médico, apesar de sua grande contribuição, visa somente o uso de medicação e assim, rotular uma pessoa como portadora de uma doença que muitas vezes não tem cura aos olhos da psiquiatria.
Atualmente, é necessário analisar que há uma considerável quantidade de pesquisas e artigos sobre o tema autismo, e ainda existem muitas informações a serem descobertas e confirmadas cientificamente. E a intenção dos pesquisadores da área da psicologia, psiquiatria, entre outras, é aumentar o conhecimento sobre o transtorno e isso pode fornecer informações às pessoas de como lidarem com o autismo, ajudando o portador e os familiares, escola e outros ambientes sociais. Ter o diagnóstico correto por um profissional especialista ajuda com o desenvolvimento de um autista e é o primeiro passo para a pessoa portadora do autismo saber da necessidade da medicação ou somente se beneficiar da psicoterapia e dependendo de cada caso pode ser necessário um acompanhamento interdisciplinar.
No entanto, os princípios e pressupostos do Behaviorismo Radical têm ajudado muito no tratamento de autista. O terapeuta que atua na clínica e se beneficia das teorias e práticas da Terapia Analítico-Comportamental, tem uma visão aprofundada e obtém muitas informações sobre a criança durante a terapia. Esses dados são muito importantes para fazer a intervenção e selecionar os procedimentos para o tratamento ser eficaz. Portanto, no próximo capítulo será analisado e estudado de uma forma mais detalhada sobre o histórico, os princípios e pressupostos do behaviorismo.